Hoje
em dia, a osteoporose é notícia - e negócio. Como doença, saiu da
obscuridade há apenas duas décadas para tornar-se uma preocupação das
mulheres de todo o mundo industrializado. Campanhas publicitárias nos
meios de comunicação e folhetos nas salas de espera dos médicos e nas
farmácias alertam as mulheres para o perigo da perda da massa óssea.
A
onda de propaganda anuncia que uma em cada duas mulheres com mais de 60
anos vai provavelmente esfarelar-se com uma fractura osteoporótica (mas
um homem de cada três também terá osteoporose); que a incidência de
fracturas de quadril excede a do cancro de mama, colo e útero
combinados; e que 16% das pacientes que sofrem fracturas de quadril
morrerão dentro de seis meses, enquanto 50% exigirão cuidados
constantes a longo prazo.
As
estatísticas também dizem que, nos Estados Unidos, mais de 20 milhões
de pessoas têm osteoporose e cerca de 1,3 milhão por ano sofrerão
fractura óssea em decorrência da doença. Em 1993 os Estados Unidos
sofreram a perda estimada de 10 bilhões de dólares devido à perda de
produtividade e ao custo do tratamento de saúde relativos à
osteoporose. Contudo, é importante examinar estas estatísticas dentro
do seu contexto. Embora seja verdade que ocorram mortes de homens e
mulheres que sofreram fracturas de quadril, em geral essas pessoas são
muito idosas e fracas. As pessoas que morrem de fracturas de quadril
não só são as mais fracas como também sofrem de outros problemas.
As
mulheres são bombardeadas o tempo todo com a mensagem de que a guerra à
perda óssea deve incluir suplementos de cálcio e o consumo diário de
alimentos ricos neste mineral, principalmente lacticínios. Os médicos
recomendam insistentemente às mulheres que passaram pela menopausa o
uso a longo prazo de estrogénio (sintético) e, se mais ajuda é
necessária, indicam o uso de drogas que estimulam a formação óssea,
como o Fosamax. Assim, asseguram à mulher que, armada com este arsenal
poderoso, ela poderá andar erecta, sem risco de fracturas, até ao fim
da sua vida. Infelizmente, isto está longe da verdade.
Na
verdade, os tratamentos mais populares para a osteoporose são perigosos
para a saúde da mulher. Sabe-se que o estrogénio sintético é uma droga
carcinogénica. A maioria dos suplementos de cálcio é não só ineficaz na
reconstrução óssea como podem levar realmente a deficiências minerais,
à calcificação das articulações e a pedras nos rins. E, ao contrário da
crença popular, já se provou que os lacticínios são uma das causas
principais de perda óssea.
A INDÚSTRIA DA OSTEOPOROSE: UMA ALIANÇA IMORAL
A
osteoporose fez nascer uma indústria de crescimento fenomenal. A venda
de um único remédio à base de estrogénio, o Premarin, atingiu 940
milhões de dólares em 1963. A indústria americana de lacticínios
floresce com a sua receita anual de 20 bilhões de dólares. E a venda de
suplementos de cálcio está numa espiral ascendente rumo às centenas de
milhões de dólares.
A
indústria da osteoporose criou não só um imenso mercado para os seus
produtos; foi também especificamente projectada para atingir as
mulheres. É óbvio que a amedrontadora campanha publicitária da
osteoporose como "ladrão silencioso" que ataca os ossos das mulheres já
se pagou. Infelizmente, as mulheres, inocentes, não sabem que, na
verdade, estão a ser atacadas por uma aliança imoral das empresas
farmacêuticas, dos profissionais da medicina e da indústria de
lacticínios, que orquestraram uma das manobras propagandísticas mais
bem sucedidas e planejadas da história.
Ao
distorcer os factos, manipular as estatísticas e ocultar pesquisas
científicas na busca do lucro, mais uma vez esta poderosa aliança pôs
vidas em perigo ao expor as mulheres à incidência crescente de doenças
como cancro da mama e ovário, derrames, males do fígado e da bexiga,
doenças coronárias, alergias, pedras nos rins e artrite.
AS RAÍZES DO EMBUSTE
A
Segunda Guerra Mundial anunciou um importante ponto de virada na
medicina. Antes da guerra, as empresas farmacêuticas eram, na sua
maioria, pequenos negócios envolvidos principalmente na fabricação de
fórmulas à base de ervas. O surgimento de uma ciência mais sofisticada
depois da guerra mudaria para sempre a face da medicina. Segundo Sandra
Coney, autora de "The Menopause Industry" (A indústria da menopausa):
"Utilizando o poder e o prestígio da ciência, a medicina entrou numa
nova era 'moderna', tornando obsoleta a abordagem das 'mãos que curam'.
A medicina poderia desenvolver uma tecnocracia na qual os especialistas
estivessem armados com a química e a maquinaria."
O
desenvolvimento de hormonas sintéticas acompanha o crescimento da
indústria farmacêutica. A criação do primeiro estrogénio sintético, o
dietil-estilbestrol (mais conhecido como DES), seguida de perto pela
descoberta de um processo para sintetizar hormonas esteróides a partir
da urina de éguas grávidas (o remédio é conhecido nos Estados Unidos
como Premarin), trouxe finalmente ao mercado uma fonte barata de
estrogénio.
A
introdução de anticoncepcionais orais em 1960 deu início ao primeiro
uso disseminado dessas drogas por mulheres. Poucos anos depois, em
1966, as mulheres em menopausa tornaram-se o foco da indústria que não
parava de crescer. O mito infeliz de que todas as mulheres na menopausa
sofreriam destruição e ruína totais dos seus corpos e mentes sem
suplementação de estrogénio espalhou-se como fogo de palha nos países
industrializados. Foi o paraíso para a indústria farmacêutica, pois as
mulheres acorreram a tomar esta suposta pílula da "fonte da juventude".
Embora
tenha havido alertas esporádicos a respeito do estrogénio durante quase
30 anos, na prática a corrida ao lucro ignorou-os. Sabia-se, em
especial, que a estrona, forma de estrogénio contida no Premarin, podia
ser associada ao desenvolvimento de cancro do endométrio (revestimento
do útero).
Sandra
Coney escreve: "Já em 1947, um jovem pesquisador da Columbia
University, dr. Saul Gusberg, relatou que havia um fluxo constante de
usuárias de estrogénio a fazer curetagem para diagnóstico de
sangramentos anormais. Os resultados patológicos das curetagens
mostraram super estimulação do endométrio."
A
bolha explodiu em 1975 com a publicação de um estudo importante na
prestigiosa revista New England Journal of Medicine que demonstrava que
o risco de cancro do endométrio aumentava 7,6 vezes em mulheres que
usavam estrogénio. Usuárias de longo prazo corriam risco ainda maior.
As mulheres que usavam estrogénio há sete ou mais anos tinham
probabilidade de desenvolver cancro do endométrio 14 vezes maior do que
as que nunca usavam a hormona.
Naquele
mesmo mês, dados do registo de cancro da Califórnia confirmaram a
descoberta. Entre as mulheres brancas com 50 anos ou mais, houvera um
aumento de mais de 80% do cancro de endométrio entre 1969 e 1974.
Cresciam
as provas dos perigos do estrogénio. Além do cancro do endométrio, o
estrogénio foi ligado também ao cancro da mama e de ovário, aos males
do fígado e da bexiga e à diabetes. Surgiram mais questões a respeito
de outros possíveis efeitos colaterais.
O
Premarin, estrela em ascensão da fábrica Ayerst, começou a sofrer um
sério declínio, assim como o lucro da empresa. Houve uma queda
dramática das indicações de uso de hormonas no mundo todo. O uso de
estrogénio caiu 18% de 1975 a 1976 e mais 10% de 1976 a 1977.
A ARTE DE MANIPULAR A PERCEPÇÃO
Algo
tinha de ser feito para salvar um mercado tão lucrativo. Como o
estrogénio isolado era acusado de causar cancro do endométrio, as
empresas farmacêuticas, reconhecendo o erro da recomendação de
estrogénio isolado às mulheres com úteros intactos, tentaram consertar
o fiasco adicionando-lhe uma progesterona sintética, a progestina.
Argumentou-se que a progestina protegeria o útero dos efeitos
proliferativos do estrogénio (como acontece na natureza), embora não
tenham sido realizados estudos de longo prazo para provar a segurança
da combinação de progestina e estrogénio. Assim, surgiu a terapia de
reposição hormonal (TRH) - terapia de estrogénio numa nova embalagem.
Contudo,
as mulheres começavam a questionar a sério o problema do uso de
hormonas sintéticas, e assim a indústria farmacêutica precisou de
encontrar uma razão irresistível para atraí-las de volta ás hormonas. A
osteoporose, doença de que 77% das mulheres da época jamais tinham
ouvido falar, estava à espera nos bastidores. Como explica Sandra
Coney: "Com o objectivo de reabilitar a TRH, as mulheres foram sido
submetidas a uma 'campanha cuidadosamente orquestrada' para advogar o
estrogénio como forma de prevenção da osteoporose."
Para
alterar a percepção das hormonas pelo público e exonerar os seus
efeitos ameaçadores sobre a vida, foi preciso criar algumas
pré-condições: a gravidade da osteoporose tinha de ser imposta; as
mulheres precisavam compreender que ela era a "sua" doença; a menopausa
tinha de ser definida como causa principal; e as mulheres tinham de
considerar trivial o risco de cancro, quando comparado aos benefícios.
Na
literatura médica, a osteoporose era originalmente considerada um
problema dos ossos, e não das mulheres. Examinando-se as fracturas de
quadril em termos de efeitos sobre o indivíduo e custos para o país, os
homens têm metade das fracturas das mulheres e maior probabilidade do
que as mulheres de morrer em decorrência delas. Mas pouco se fala sobre
homens e osteoporose. O "factor masculino" foi intencionalmente deixado
de lado porque não se ajustava à redefinição do mal como doença
feminina causada por falta de estrogénio. Esta estratégia foi
necessária para promover a TRH.
Para
conseguir isso, a Ayerst contratou uma grande empresa de relações
públicas para vender a osteoporose. Eles tinham muito trabalho a fazer.
Foi lançada uma grande campanha publicitária dirigida às revistas
femininas. Médicos especialistas foram enviados para pregar o evangelho
da TRH e da osteoporose em programas de rádio e televisão.
Trabalhadores da saúde foram alistados para passar a mensagem a médicos
e consumidores. Uma velha desfigurada, corcunda e curvada, foi o
símbolo da táctica de choque da campanha, e conseguiu instilar o medo
no coração das mulheres. Comentários como "A invalidez que a
osteoporose pode causar é muito mais grave que o suposto risco de
cancro do endométrio" e "Mesmo que tome estrogénio sem progesterona,
tem 15 vezes mais hipóteses de morrer de fractura do quadril do que de
cancro do endométrio" foram usadas para seduzir as mulheres a voltar às
hormonas.
A
campanha inspirada pela indústria farmacêutica para revender o
estrogénio com uma imagem mais limpa foi espantosamente bem sucedida.
Sandra Coney observa: "Na década de 90, é total a reorientação da
osteoporose como doença feminina. Hoje é obrigatório incluir a
osteoporose como "sintoma" importante em qualquer discussão da
menopausa. Ao convencer o público e os médicos de que a osteoporose é
um distúrbio incapacitante e 'assassino' e que o estrogénio é a única
cura, a TRH imbuiu-se de um tipo de santidade. A TRH oferece a salvação
onde ela não existe, resgatando as mulheres de um destino impensável de
velhas caducas e deformadas. Em vista disso, como alguém seria ingrato
a ponto de levantar a questão do risco?"
O
bom senso foi jogado pela janela no caso da terapia hormonal. Não houve
discussão da sabedoria ou da ética de medicar um número imenso de
mulheres saudáveis e assintomáticas com drogas à base de estrogénio,
reconhecidas entre "as drogas mais potentes da farmacopeia". O facto de
que este enfoque jamais fora recomendado para nenhum outro remédio ou
para a prevenção de nenhuma outra doença não tinha importância. A
passagem da TRH de tratamento a terapia preventiva de longo prazo
aconteceu sem debate ou justificativa.
A
osteoporose tornou-se um tema de alto nível porque vende coisas. Além
de ressuscitar a TRH e garantir a sua posição de frente no conjunto de
tratamentos, a indústria dos lacticínios e as empresas farmacêuticas
que produzem suplementos de cálcio apanharam boleia no comboio da
osteoporose. A osteoporose atendia a vários interesses. Veio em socorro
da indústria dos lacticínios numa época em que as vendas caíam por
causa da ansiedade das pessoas quanto ao consumo de alimentos que
contivessem gorduras saturadas. Foi adicionado cálcio ao leite
desnatado, transformando assim o leite num produto que poderia ser
vendido como saudável - como prevenção da osteoporose. Alertaram às
mulheres que os seus ossos ficariam frágeis e descalcificados caso não
consumissem cálcio a mais com os novos lacticínios fortificados.
Os
fabricantes de suplementos de cálcio também alegaram que os seus
produtos poderiam impedir a perda óssea, apesar do facto de não existir
provas absolutas de que isto seja verdade. Em 1986, os consumidores
americanos gastaram 166 milhões de dólares com suplementos de cálcio.
Antes da mania do cálcio, e contribuindo para ela, o National Institute
of Health (Instituto Nacional da Saúde, ou NIH) dos Estados Unidos
recomendou, em 1985, que as mulheres aumentassem a sua ingestão diária
de cálcio. Em 1989, o NIH avisava que os promotores do cálcio "prometem
mais cálcio do que vendem".
OSSOS A OLHO NU
Para
compreender os muitos mitos sobre a osteoporose e os tratamentos
recomendados, é vital entender a natureza dos ossos. O osso é um tecido
vivo que sofre transformações constantes. Pode parecer estático, mas os
seus componentes básicos renovam-se continuamente. A qualquer momento,
em todos nós, há de 1 a 10 milhões de pontos onde pequenos segmentos de
osso velho se dissolvem e cria-se osso novo para substituí-los. O
tecido ósseo é nutrido e desintoxicado por vasos sanguíneos em trocas
constantes com o corpo todo. Um corpo saudável garante ossos saudáveis.
As células que formam os ossos são de dois tipos: osteoclastos e
osteoblastos. A tarefa dos osteoclastos é viajar pelo osso em busca de
osso velho que precise ser renovado. Os osteoclastos dissolvem o osso e
deixam para trás minúsculos espaços vazios. Então, os osteoblastos vão
ocupar estes espaços para construir novo osso. Desta forma, o osso
cura-se e renova-se a si mesmo num processo chamado de "remodelamento".
Esta capacidade de consertar-se é extremamente importante. O
desequilíbrio do remodelamento ósseo contribui para a osteoporose.
Quando
se destrói mais osso velho do que se constrói osso novo, acontece a
perda óssea. A troca dos ossos nunca pára completamente. Na verdade,
depois dos 50 anos a taxa aumenta, embora não seja bem coordenada. As
células que fabricam osso, os osteoblastos, tornam-se cada vez menos
capazes de preencher completamente os espaços abertos pelos
osteoclastos. A quantidade máxima inicial de osso e a taxa de perdas
determinam a densidade dos nossos ossos. A densidade varia muito entre
os indivíduos, culturas, raças e sexos. Como explica a Dra. Susan Love,
autora de Dr Susan Love's Hormone Book (O livro das hormonas da Dra.
Susan Love): "... o termo correcto para a baixa densidade óssea é
'osteopénia'. É apenas um dos factores da osteoporose e das fracturas
dela resultante. Outro factor é a micro-arquitetura do osso. Quando os
osteoclastos absorvem mais osso do que se refaz, a micro-arquitetura
torna-se frágil. Com o enfraquecimento, o pulso e o quadril tornam-se
mais vulneráveis a fracturas. Na verdade, as suas vértebras não são
fracturadas ou partidas, mas sim desfeitas, causando perda de altura e,
caso se esmaguem vértebras suficientes, surge uma corcunda."
Até
que ponto é real a "síndrome da corcunda"? Segundo o Dr. Bruce
Ettinger, endocrinologista e professor assistente de clínica médica na
Universidade da Califórnia: "... as mulheres não deveriam preocupar-se
com a osteoporose. A osteoporose que causa dor e invalidez é uma doença
muito rara. Só 5% a 7% das pessoas de 70 anos apresentam colapso
vertebral; só metade dessas terá duas vértebras envolvidas; e talvez um
quinto ou um sexto apresentarão sintomas. Tenho uma longa prática e
pouquíssimos pacientes curvados. Tem havido muito bla-bla-blá
ultimamente, muitas mulheres preocupadas e um excesso de exames e de
medicamentos." A definição médica de osteoporose costumava ser
"fracturas causadas por ossos pouco densos".
Mais
recentemente ela foi redefinida como "doença caracterizada por reduzida
massa óssea e deterioração micro-arquitetónica do tecido ósseo que leva
á fragilidade óssea crescente e consequente aumento do risco de
fracturas". Contudo, há um problema na definição de osteoporose como
doença e não como fractura. A massa óssea reduzida é apenas um factor
de risco da osteoporose, e não a osteoporose propriamente dita. É um
sinal de alerta que pode ser útil para que você comece a pensar em
maneiras de impedir a ocorrência da doença. A Dra. Love apresenta uma
analogia notável: "É como definir a doença coronária como o nível
elevado de colesterol em vez de enfarte do miocárdio. Não é preciso
dizer que esta nova definição aumentou o número de mulheres e homens
que sofrem de osteoporose."
Embora
a nova doença tenha dois componentes, a massa óssea e a
micro-arquitetura, esta última é praticamente ignorada. O problema é
que, hoje em dia, somente a densidade óssea pode ser medida. Além
disso, nem todas as pessoas com baixa densidade óssea sofrerão
fracturas. Por exemplo, as mulheres asiáticas têm baixa densidade
óssea, mas taxas baixíssimas de fracturas. A suposição generalizada tem
sido que, quando o osso chega a um certo nível de porosidade, torna-se
mais sujeito a fracturas. Agora que se conhece melhor a fisiologia
óssea, fica claro que isso não é tudo. O osso não se parte somente por
causa da porosidade. Especialista importante em ossos e autora de
"Better Bones, Better Body" (Ossos melhores, corpo melhor), Susan E.
Brown, PhD, afirma: "A osteoporose sozinha não causa fracturas ósseas.
Isso é documentado pelo simples facto de que metade da população com
ossos osteoporóticos nunca sofreu fracturas."
Lawrence
Melton, da Clínica Mayo, observou já em 1988: "A osteoporose sozinha
pode não ser suficiente para produzir tais fracturas osteoporóticas, já
que muitos indivíduos nunca sofrem fracturas mesmo nos subgrupos de
densidade óssea mais baixa. A maioria das mulheres com mais de 65 anos
e dos homens com mais de 75 perderam osso suficiente para colocá-los
sob risco significativo de osteoporose, mas ainda assim muitos nunca
vem a sofrer de fracturas. Aos 80 anos, praticamente todas as mulheres
dos Estados Unidos são osteoporóticas segundo a densidade óssea do
quadril, mas por ano apenas um pequeno percentual delas sofre fracturas
do quadril."
AS CAUSAS MÍTICAS DA OSTEOPOROSE
Há
muitas culturas no mundo em que as mulheres, depois da menopausa, têm
boas condições físicas e são activas e saudáveis até ao fim da vida.
Também é verdade que as mulheres destas culturas não sofrem de
osteoporose. Se a menopausa sozinha fosse na verdade uma das causas da
osteoporose, todas as mulheres do mundo estariam inválidas por causa de
fracturas. É claro que este não é o caso. As mulheres maias vivem 30
anos depois da menopausa mas não contraem osteoporose, não perdem
altura, não desenvolvem corcundas e os seus ossos não partem.
Uma
equipa de pesquisadores analisou os seus níveis hormonais e densidade
óssea e descobriu que o seu nível de estrogénio não era mais alto do
que o das mulheres americanas brancas - e em alguns casos era ainda
mais baixo. Os testes de densidade óssea mostraram que a perda óssea
ocorria nestas mulheres ao mesmo ritmo que as suas colegas americanas.
Costumava-se pensar que todas as mulheres sofriam um decréscimo
considerável dos ossos por causa do baixo nível de estrogénio na
menopausa, e assim se disse que a deficiência de estrogénio era a causa
da osteoporose. O prosseguimento das pesquisas desautorizou esta ideia.
Os estudos que acompanharam a densidade óssea de mulheres no decorrer
do tempo mostraram que, embora algumas mulheres percam muito osso na
menopausa, outras perdem pouco; e também, que algumas perdas começam
mais cedo.
Um
dos estudos, que usou exames de urina para medir a perda de cálcio,
descobriu que algumas mulheres são "eliminadoras rápidas" enquanto
outras são "eliminadoras normais". Se a osteoporose deve-se à
deficiência de estrogénio, deveríamos encontrar níveis de estrogénio
mais baixos nas mulheres com osteoporose do que nas que não apresentam
a doença. No entanto, os estudos mostraram que o nível da hormona
sexual depois da menopausa é semelhante em mulheres com ou sem
osteoporose. A Dra. Susan Brown comenta: "Mesmo nos Estados Unidos,
onde a osteoporose é comum, muitas mulheres mais velhas mantêm-se
livres da doença. Além disso, as taxas mais altas de osteoporose entre
os homens e mais baixas entre as mulheres de algumas culturas não
sustenta a noção de que a perda óssea excessiva se deva ao declínio da
produção ovariana de estrogénio. E para acrescentar mais uma dimensão,
descobrimos que as mulheres vegetarianas tem um nível sérico mais baixo
de estrogénio mas uma densidade óssea mais elevada que as mulheres
carnívoras."
Obviamente,
dizer que a osteoporose é uma doença isolada e inevitável que ocorre em
todas as mulheres na menopausa é uma simplificação grosseira. A mulher
que remove os ovários cirurgicamente tem o dobro de perda óssea da
mulher que passa pela menopausa natural. Como os ovários continuam a
produzir outras hormonas que não o estrogénio depois da menopausa, é
óbvio que o estrogénio é apenas um dos factores relacionados à perda
óssea. A Dra. Jerilynn Prior, professora de endocrinologia da
Universidade da Colômbia Britânica, realizou pesquisas que contradizem
seriamente o papel chave do estrogénio na prevenção da perda óssea. A
sua pesquisa confirma que o papel do estrogénio no combate à
osteoporose é muito pequeno. No seu estudo com mulheres atletas, ela
descobriu que a osteoporose acontecia quando as atletas tornavam-se
deficientes em progesterona, ainda que o seu nível de estrogénio
continuasse normal. A Dra. Prior continuou a pesquisa com mulheres não
atletas, e obteve o mesmo resultado.
Embora
ambos os grupos de mulheres menstruassem, tinham ciclos anovulatórios
(não ovulavam), e, assim, deficiência de progesterona. Como resultado
da sua extensa pesquisa, ela confirmou que não é o estrogénio, mas a
progesterona que constitui a hormona chave da construção óssea. Tais
estudos questionam seriamente o vínculo entre a deficiência de
estrogénio e a osteoporose. O Dr. John Lee, médico, pesquisador e
importante autoridade nos tratamentos com hormonas naturais, realizou
um estudo de três anos em que tratou com progesterona natural 63
mulheres já na menopausa. Elas mostraram um aumento de 7% a 8% da
densidade óssea no primeiro ano, de 4% a 5% no segundo ano e de 3% a 4%
no terceiro ano. A descoberta foi reforçada pelo Dr. William Regelson,
outro especialista em hormonas."Dado o facto de que 25% de todas as
mulheres correm o risco de desenvolver osteoporose, penso ser
inconcebível que o papel da progesterona nesta doença tenha sido
negligenciado."
Embora
o estrogénio tenha um papel importante e complexo na manutenção da
saúde dos ossos, a osteoporose não pode simplesmente ser atribuída ao
nível baixo de estrogénio que ocorre na menopausa. Numerosos factores
dietéticos, quotidianos e endócrinos contribuem para o desenvolvimento
da perda excessiva de tecido ósseo. A osteoporose não é produzida
simplesmente pela falta de uma única hormona. A intenção de transformar
a menopausa e a deficiência de estrogénio nas principais causas da
osteoporose deu à TRH uma nova legitimidade como tratamento preventivo
de longo prazo desta doença. Ainda que se tenha provado que o
estrogénio tem alguma eficácia no retardamento da taxa de perda óssea
por reduzir o ritmo em que as células ósseas são reabsorvidas, ele não
pode reconstruir o osso.
Infelizmente,
este benefício não atinge todas as mulheres. Para ter alguma eficácia
nas mulheres em maior risco após a menopausa - as que têm 70 anos ou
mais - elas deveriam tomar estrogénio continuamente durante décadas.
Este, então, torna-se um dilema bastante sério. Sabe-se hoje que a TRH
aumenta o risco de cancro da mama em 10% ao ano para cada ano de uso.
Dez anos de TRH aumentam o risco em 100%. É óbvio que os numerosos
riscos da TRH ultrapassam em muito os efeitos benéficos bastante
limitados para os ossos, principalmente quanto há tantas alternativas
mais seguras e eficazes.
O MITO DA DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
Quando
perguntamos as causas da osteoporose, a maioria das pessoas repetirá:
"falta de cálcio". Esta ideia é reforçada todos os dias quando se
lembra às mulheres que bebam os seus três copos de leite por dia e os
seus suplementos de cálcio. Mesmo mulheres jovens, saudáveis e não
osteoporóticas andam paranóicas com a perda potencial de massa óssea e
tomam precauções para aumentar a força dos seus ossos com bastante
cálcio. O medo de cálcio insuficiente tornou-se obsessão mundial. Há
mesmo um deficit nacional de cálcio? Como o osso é composto em grande
parte por cálcio, parece lógico vincular a ingestão de cálcio à saúde
dos ossos. As mulheres ocidentais são hoje encorajadas a consumir pelo
menos 1.000 a 1.500mg de cálcio por dia. No entanto é curioso que os
dados de outras culturas mostrem claramente que, em países menos
desenvolvidos, onde as pessoas consomem pouco ou nenhum lacticínio e
ingerem menos cálcio no total, há taxas muito mais baixas de
osteoporose. Os bantos da África têm a taxa mais baixa de osteoporose
de todas as culturas, mas consomem apenas de 175mg a 476mg de cálcio
por dia.
Os
japoneses ingerem em média 540mg por dia, mas as fracturas vertebrais
da pós-menopausa tão comuns no Ocidente são quase desconhecidas no
Japão. No total, a sua taxa de fractura vertebral é metade da dos
Estados Unidos. Tudo isso é verdade, embora os japoneses tenham uma das
expectativas de vida mais longa dentre todos os povos. Estudos de
populações da China, Gâmbia, Ceilão, Suriname, Peru e outras culturas
apresentam descobertas semelhantes de baixa ingestão de cálcio e taxas
reduzidas de osteoporose. O antropólogo Stanley Garn, que estudou a
perda óssea durante um período de 50 anos em povos do norte e do centro
da África, não conseguiu encontrar uma relação entre a ingestão de
cálcio e a perda óssea. Embora todos concordem que a ingestão adequada
de cálcio seja absolutamente necessária para o desenvolvimento e a
manutenção de ossos saudáveis, não há padrão de ingestão ideal de
cálcio. Também é óbvio em todos estes estudos que a ingestão elevada de
cálcio não é necessária para se ter ossos saudáveis. Há, certamente, um
problema com a saúde óssea nas culturas ocidentais. No entanto, outros
factores vitais que determinam o processo complexo da saúde óssea devem
ser compreendidos.
Os
ossos são afectados pela ingestão de outros nutrientes constitutivos
dos ossos, pelo consumo de substâncias potencialmente prejudiciais como
o excesso de proteínas, o sal, a gordura saturada e o açúcar; pelo uso
de algumas drogas, álcool, cafeína e tabaco; pelo nível de exercícios
físicos; pela exposição ao sol e a toxinas ambientais; pelo impacto do
stress; pela remoção dos ovários e do útero; e por muitos factores que
limitam o funcionamento das glândulas endócrinas. Há pelo menos 18
nutrientes fundamentais na construção óssea, essenciais para a saúde
óptima dos ossos. Se a dieta de alguém for deficiente em qualquer
destes nutrientes, os ossos sofrerão. Entre eles, estão o fósforo,
magnésio, manganês, zinco, cobre, boro, silício, flúor, vitaminas A, C,
D, B6, B12, K, ácido fólico, ácidos gordos essenciais e proteínas.
O
corpo só usa os sais minerais quando estão no equilíbrio correcto. Por
exemplo, meninas que consomem dietas ricas em carne, refrigerantes e
alimentos industrializados com alto teor de fósforo apresentam perda
alarmante de massa óssea. A proporção elevada de fósforo em relação ao
cálcio provocará a retirada do cálcio dos ossos para compensar. As
provas científicas demonstram sem sombra de dúvida que, sozinhos, os
suplementos de cálcio simplesmente não funcionam. E ao contrário do
pensamento popular, a suplementação com cálcio não reduz o risco de
fracturas. Há hoje provas de que um nível elevado de suplementação com
cálcio está na verdade associado a um aumento de 50% do risco de
fracturas.
Contudo,
ainda assim, não há prova de que o aumento de ingestão de cálcio depois
da menopausa, por meio de suplementos ou da dieta, impeça fracturas. Na
verdade, vários estudos indicam que isso não parece reduzir de forma
alguma a incidência de fracturas. No número de Agosto de 1978 da
revista Science afirmou-se que "o vínculo entre o cálcio e a
osteoporose foi feito com bases insuficientes" e que os anunciantes
estavam muito à frente das provas científicas. Mas uma dieta rica em
cálcio na primeira infância e os anos anteriores à menopausa realmente
fortalece os ossos, reduzindo o risco da sua porosidade depois da
menopausa. Os piores suplementos de cálcio são a farinha de osso,
conchas e dolomita, porque não podem ser absorvidos com eficiência e
talvez contenham chumbo. A ingestão excessiva de cálcio também causa
prisão de ventre e, pior, pedras nos rins e calcificação das
articulações.
A
forma mais eficiente de suplementação é a hidroxiapatita
(principalmente se for formulada com boro). Este é o suplemento de
cálcio mais natural e um alimento completo para os ossos. E quanto aos
lacticínios? O Dr. Michael Colgan, conhecido pesquisador da nutrição,
escritor e fundador do Instituto Colgan nos Estados Unidos, disse: "O
conselho médico de tomar leite para impedir a osteoporose é uma total
perda de tempo." Depois de tudo o que nos ensinaram, é chocante
descobrir que os lacticínios contribuem para a perda óssea. Os países
que consomem maior quantidade de lacticínios também apresentam as taxas
mais altas de osteoporose; os países que não consomem lacticínios têm
as taxas mais baixas de osteoporose.
Na
sabedoria do corpo, a prioridade máxima é manter o equilíbrio
apropriado entre ácidos e bases no sangue. Uma dieta rica em proteínas
da carne e dos lacticínios apresenta um alto risco de osteoporose
porque torna o sangue muito ácido. O cálcio, então, precisa de ser
extraído dos ossos para restaurar o equilíbrio correcto. Como o cálcio
do sangue é usado por todas as células do corpo para manter a sua
integridade, o organismo sacrifica o cálcio dos ossos para manter a
homeostasia. Num estudo de um ano de duração com 22 mulheres que já
haviam passado pela menopausa, não houve melhora significativa do nível
de cálcio quando a sua dieta foi suplementada diariamente com três
copos de 300ml de leite magro (equivalente a 1.500mg de cálcio). Os
autores afirmaram que este resultado deveu-se ao "aumento médio de 30%
da ingestão de proteínas durante a suplementação com leite." Como o
leite magro contém quase o dobro de proteínas do leite integral,
promove uma taxa ainda maior da eliminação de cálcio. Num estudo de
doze anos recentemente publicado, com quase 78.000 mulheres,
concluiu-se que o consumo de leite não protege das fracturas do quadril
ou antebraço. Na verdade, as mulheres que bebem leite apresentaram um
risco significativamente ampliado de fractura e o consumo de leite na
adolescência não protegeu da osteoporose.
Ainda
há outros problemas nos lacticínios. Eles contêm antibióticos, hormonas
estrogénicas, insecticidas e uma enzima que é factor conhecido do
cancro da mama. Além disso, outro estudo recente revelou que as
mulheres com intolerância à lactose mas que bebiam leite apresentavam
um risco maior de cancro do ovário e infertilidade.
O ENGODO DAS DROGAS QUE FORMAM OSSOS
As
empresas farmacêuticas propagandeiam mais outra arma no seu arsenal
contra a osteoporose: remédios que prometem deter a perda óssea. Uma
das drogas preferidas é o Fosamax, único remédio não hormonal aprovado
pela FDA norte-americana para o tratamento da osteoporose. Estudos
sobre esta droga foram inteligentemente interrompidos depois de quatro
a seis anos. É justamente este o ponto em que a taxa de fracturas de
mulheres que consomem drogas semelhantes começa a crescer. Assim,
embora o Fosamax pareça à primeira vista aumentar a densidade óssea, na
verdade ele reduz a resistência dos ossos. O Fosamax é um veneno
metabólico que, na verdade, mata os osteoclastos necessários para
manter o equilíbrio dinâmico dos ossos.
Além
disso, ele pode causar danos severos e permanentes no esófago e no
estômago. Também sobrecarrega os rins e pode provocar diarreia,
flatulência, urticária, dores de cabeça e dores musculares. Ratos que
receberam dosagens elevadas desenvolveram tumores da tiróide e das
supra-renais. O Fosamax® também causa deficiências de cálcio, magnésio
e vitamina D, essenciais para o processo de construção óssea.
PARA CONSTRUIR OSSOS SAUDÁVEIS
Está
claro que os tratamentos mais recomendados às mulheres pelos médicos -
TRH, suplementos de cálcio, lacticínios e remédios - com certeza
beneficiaram principalmente a sociedade médica e a indústria
farmacêutica. O benefício real a longo prazo para as mulheres é mínimo,
na melhor das hipóteses, e, na pior, uma ameaça à vida. Por sorte há
outras opções capazes não só de prevenir o crescimento da deterioração
da densidade óssea e a má cicatrização óssea como também aumentar a
massa óssea de mulheres de todas as idades.
Segundo
a dra.Susan Brown, as seis áreas de intervenção que formam o programa
mais vigoroso e confiável para a construção e manutenção dos ossos
incluem: maximizar a ingestão de nutrientes, aumentar o vigor
digestivo, minimizar a ingestão de antinutrientes, exercitar-se
(principalmente com pesos), desenvolver uma dieta alcalina e promover a
vitalidade endócrina. Ela acredita que "não importa onde se está na
evolução da saúde óssea, não importa qual foi o estilo de vida; nunca é
tarde demais para começar a reconstruir ossos saudáveis."
A
tendência vitalícia da mulher a fazer uma dieta para emagrecer tem sido
uma causa não reconhecida de perda óssea. Pelo menos sete estudos bem
controlados demonstraram que, quando uma mulher faz uma dieta e perde
peso, também perde osso. Um estudo recente descobriu que, em menos de
22 meses, mulheres que se exercitavam três vezes por semana aumentaram
a sua densidade óssea em 5,2%, enquanto mulheres sedentárias perderam
1,2%. O treinamento eficaz inclui exercícios como subir ladeiras,
pedalar em marcha pesada, subir escadas e exercitar-se com pesos. A
osteoporose não é uma doença do envelhecimento nem uma deficiência de
estrogénio ou cálcio, mas uma doença degenerativa da cultura ocidental.
Nós é que a causamos por meio dos maus hábitos alimentares, do estilo
de vida e da exposição a drogas farmacêuticas. Foi a nossa ignorância
que nos deixou vulneráveis aos interesses ocultos que distorceram
intencionalmente os factos e sacrificaram de bom grado a saúde de
milhões de mulheres no altar do lucro e da ganância. Só com a nossa
disposição de assumir a responsabilidade pelos nossos corpos e de nos
dedicarmos a voltar a uma forma de vida saudável e equilibrada é que
seremos capazes de andar erectos e fortes pelo resto da vida.
Notas:
1. Royal Australasian College of Physicians, Grupo de Trabalho sobre Osteoporose, relatório, 1991.
2. USA Health Facts, www.MedicineNet.com, p. 1.
3. Agência de notícias Reuters, 5 de Novembro de 1996.
4. Transcrição de entrevista colectiva à imprensa de Robert Cohen, 10de Junho de 1998, website .
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MAIS SITES PARA PESQUISAR INFORMAÇÃO:
http://www.centrovegetariano.org/Article-466-Excluir%2Bo%2Bleite%2Bde%2Bvaca%2Bvs%2BCar%25EAncia%2Bde%2Bc%25E1lcio.html
http://www.milksucks.com/index2.asp
www.MedicineNet.com
www.notmilk.com
www.DumpDairy.com
www.PCRM.org
www.StrongBones.org
www.drmcdougall.com
Fonte: http://diarionatural.blogspot.com/2008/10/leite-e-osteoporose-veneno-ou-panaceia.html
Fonte: http://diarionatural.blogspot.com/2008/10/leite-e-osteoporose-veneno-ou-panaceia.html
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